O meu Domingo de Ramos

"Nestes dias que são os últimos, falou-nos por Seu filho!"

É com esta frase que medito muitas vezes sobre Jesus Cristo e o mistério da Sua vida entre nós.
Deus continua a falar-nos por Seu filho, há mais de 2 milénios que assim é... Em cada olhar um sorriso, em cada gesto uma entrega. É em todo e qualquer próximo que Jesus se nos mostra e nos provoca. "Porque Ele está connosco tal como na manhã de Páscoa".
A verdade é que nem sempre o encontramos... ou outras vezes...TANTAS... passamos ao lado... fingimos não ter percebido, ou estamos tão preocupados com alguma coisa (que se vem a revelar pouco importante) que nos desvia o olhar do que realmente merece atenção. Quando damos conta passou o nosso tempo e deixamo-nos cair num vazio onde nada faz sentido...
Mas a Deus nada é impossível e até dos mais inóspitos lugares Ele nos consegue retirar e guiar até aos prados verdejantes.
A minha Páscoa teve pouco de serena, calma ou descansada... mas foi viva, foi dura, foi vivida na carne e no espírito...
Pela primeira vez, em toda a minha vida, senti de perto o que é viver uma Eucaristia do Dia Mundial da Juventude da Diocese de Aveiro.
Para começar, e sendo no Domingo de Ramos, dia em que se celebra a entrada triunfal de Jesus Cristo em Jerusalém, tem o seu significado marcante, MUITO MARCANTE!
Foi, efectivamente, magnífico acompanhar os cânticos, o entusiasmo, a multidão, o calor, a partilha, a entrega. Será só a minha maneira de ver as coisas? Porventura, pouco ou nada disso havia por lá... mas o que importa foi o que se viu, o que se ouviu... e aquilo que significa para quem crê e para quem ama. Lá vi algumas centenas de Jovens em volta do mesmo altar... junto à mesma Cruz... a aclamar o mesmo Jesus Cristo, cuja paixão celebrariam dias depois.
Senti a dura realidade e tive consciência daquilo que mais se poderia ter feito naquele dia, caso o passado não tivesse tomado os caminhos que tomou. Mas dentro das limitações do Povo de Deus, fez-se o melhor que os dons postos ao serviço do Senhor podiam ter dado.
No final, apeteceu-me correr para todos, e a todos abraçar. Apetecia-me ter pegado no microfone e dizer um enorme OBRIGADO a todos... apetecia-me ter pedido perdão por não ter feito mais, por não ter feito melhor. Foi graças à presença de todos que vivi o melhor Domingo de Ramos de sempre. Senti que à distância de um pequeno gesto estava a possibilidade de unir para sempre o céu à terra! Senti que não era preciso ser Cristo para juntar toda aquela gente, mas é preciso amá-Lo com muita força!
E nesse dia perguntei-me: porque me faltou a fé e o amor? Não poderia eu ter feito mais? Porque abandonei eu o Povo de Deus?
Foi com estas perguntas e com muita vontade de melhorar que comecei a minha Semana Santa e percebi finalmente o amor que João Paulo II tinha pelos jovens! A sua força é, efectivamente, colossal quando chamada a intervir!
Foi com uma enorme vontade de contemplar os mistérios da Paixão de Cristo que adormeci neste dia glorioso e comecei a peregrinação até à Nova Páscoa, à celebração da Nova Aliança, até à abençoada manhã da Ressurreição, bendita aurora que nos trouxe o SOL da Páscoa, que nos anunciou a glória do Filho que não negou beber o cálice que Seu Pai lhe deu...

Comentários

Saraï disse…
Foi um Domingo de Ramos muito bonito. Sim! Fazes-me pensar que também não vivi nenhum outro como este... a Fé dos Jovens unidos move montanhas...

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