Em cada olhar procuro o Teu olhar

LAUDATE OMNES GENTES, LAUDATE DOMINUM!!!
Há uma letra de um cântico de Natal que diz: "Hoje caíram as grades das prisões, em cada homem o homem se encontrou...". É curioso pensar nisto. Mas há situações em que realmente nos sentimos unidos por algo que não sabemos explicar, por alguém que não conhecemos assim tão bem, mas que nos faz caminhar lado a lado.
O salmo 150 do livro dos salmos da bíblia começa assim "Louvai o Senhor no Seu santuário, louvai-O no firmamento do céus". E continua com muitos outros exemplos de como O louvar. Experimentar estar no meio de mais de um milhar de pessoas a aclamar com voz forte, intensa e confiante o Senhor é realmente único. E se não nos der mais nada pelo menos enche-nos de coragem e confiança, porque não somos os únicos a sentir o desejo, a necessidade e o prazer de dar graças, de louvar, de contemplar.
Há uma canção que começa com algo do género: "Se a tua voz trouxer mil vozes p'ra cantar...". E se for o contrário? E se forem essas mil vozes que nos incentivem a cantar?
Depois de um ano de trabalho, de ilusões que não passaram de isso mesmo, de projectos que nos desiludiram, de tantos e tantos esforços que nos esgotaram, nada há de melhor que ir beber à fonte. É necessário muitas vezes regressar às origens para perceber o que realmente nos motiva, para renovar as forças e a confiança em nós mesmos para continuar. É como regressar ao seio materno, como redescobrir o prazer de viver e de conviver.
Através da música e com a música é possível sentir e expressar sentimentos que de outra forma passariam, provavelmente, despercebidos.
Podemos, em cada pessoa que se cruza connosco, procurar aquele pedacinho de Deus que a todos pertence e com ele ir percorrendo o nosso caminho. E é, principalmente, naqueles que caminham ao nosso lado lutando pelos mesmos ideais que retemperamos forças, que crescemos na fé e na graça do Senhor.
Mas é, fundamentalmente, ao lado daqueles que caminham em sentido contrário ou num caminho paralelo que testamos, realmente, a dimensão da nossa fé. É durante todo esse ano em que trabalhamos que crescemos ainda mais.
É na medida do amor do Senhor que podemos avaliar o nosso amor. Não nos devemos limitar a comparar coisas relativas. Tudo deve ser medido pelo modelo puro e ideal. O objectivo é o amor total, incondicional e sem limites. Não há "se's" nem "mais ou menos". Se temos que dar então há-de ser como deve ser e só existe uma maneira... é até ao fim e sem olhar para trás...
Há um hino de Vésperas que diz o seguinte: "...comamos do Seu pão, bebamos do Seu cálice divino, sinal do Seu amor, sinal do Seu amor até ao fim". Acho que isto diz tudo.
Só Ele amou sem pensar duas vezes, só Ele se deu sem hesitar. Nós, quem somos nós mais do que Ele para nos darmos ao luxo de fazer diferente? Que somos nós mais do que Ele para que a nossa vida valha mais. Ele no-la deu para sermos livres, é um facto, e livres que somos podemos escolher. Mas não escolhemos quem amamos, unicamente podemos decidir se nos entregamos ou não a esse amor e lutamos por ele. Deus amou e lutou, e ainda luta. Entregou o Seu próprio filho. Mas nós temos muitos "se's" nas nossas vidas. Nós julgamo-nos importantes demais e valiosos demais. Existem coisas mais importantes do que o amor, dizemos nós. Mas no final... o que nos restará?
Passamos por muita coisa quando decidimos defender as nossas convicções, os nossos sentimentos, principalmente se isso implicar uma mudança na nossa vida. Não é fácil deixar aquilo que nos dá prazer e que não dá muito trabalho para nos lançarmos num espaço escuro e imprevisível. No entanto, sabemos e sentimos que é nesse espaço, aparentemente vazio, que está a nossa razão de viver e onde se encontra tudo aquilo para o qual nascemos.
Pior ainda quando aqueles que nos conhecem não aceitam ou não acreditam em nós. É, de uma certa maneira, sentirmo-nos como S. Paulo. Um dia ele perseguia os cristãos e depois de Cristo tocar o seu coração passou a ensinar a Sua doutrina e levá-la aos confins do mundo. Por certo ele não foi logo bem recebido, é possível que tenha sofrido desconfianças e tenha passado por inúmeros testes para que acreditassem nele. Mas a sua fé e o amor que por fim havia encontrado fortaleceram-no e não o deixaram desistir. Só n'Ele está a verdadeira força e a capacidade de resistir por mais um bocadinho.
O nosso coração pode ser débil e influenciável, mas o Senhor não abandonará aquele que Lhe soltar um brado de súplica. Diz o salmo 115: "Confiei no Senhor, mesmo quando disse: «Sou um homem de todo infeliz», na minha perturbação exclamei: «É falsa toda a segurança dos homens»."
Devemos confiar n'Ele "...até ao fim" e os nossos dias terão prosperidade, alegria e amor.
Nenhum amor superará o Seu, portanto, assim nenhum será alguma vez motivo para colocar o Seu em causa.

Comentários

Anónimo disse…
Bem... Nem sempre confio n'Ele, nem sempre acredito n'Ele, nem sempre fico contente com Ele... Neste momento estamos um pouco afastados... Ando a tentar perceber que Mundo é este onde vivo, qual é o meu papel, o que é que Ele me anda a tentar dizer através de sinais e pistas que me vai deixando...
Anónimo disse…
A vida para mim sempre foi um grande mistério, difícil de compreender e nem sempre fácil de aceitar.
Hoje, entendo de que nada acontece por acaso, e de que algumas coisas más da minha vida tiveram mesmo de ocorrer para me "obrigar" a retomar o caminho que me estava destinado. Só assim, me foi possível encontrar aquilo que toda a vida procurei e que finalmente encontrei. A felicidade realmente existe e só a não encontramos porque teimamos em seguir o caminho que nós queremos.
" Não é a vida que é um grande mistério, mas sim cada um de nós".
O Segredo está em acreditar, em ter fé!
Quando temos realmente fé sempre acreditamos que existe uma mão divina que nos guia, quando nos sentimos confusos, meio perdidos... se acreditar-mos realmente em Deus, aí basta pedir para ele nos guiar no bom caminho, pedir e agradecer pelo que tem operado a nosso favor.
Comigo aconteceu...

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