Somos herdeiros de Deus para toda a eternidade

Vivemos dias de entusiasmo porque mesmo aqui ao lado, o país vizinho, prepara-se para receber um acontecimento incontornável à escala global. O país dos Reis Católicos vai receber as Jornadas Mundiais da Juventude que são já para o ano e a Cruz das Jornadas, entregue aos jovens pelo Papa João Paulo II já se encontra em Portugal.

São os dias da nossa vida. É a história a acontecer mesmo diante dos nossos olhos.

Por estes dias viveu-se também em Fátima mais uma semana memorável. O Encontro Nacional de Pastoral Litúrgica aconteceu pela 36ª vez consecutiva e certamente a julgar pelos últimos 14 anos, pela 36ª vez deixou saudades, inspirou corações, apaixonou pessoas, perfumou a alma daqueles que a ele se dirigem ansiando um pouco mais de proximidade com o que de melhor se faz em liturgia no nosso país.
É uma semana de encontros particulares e colectivos com Deus, com Jesus Cristo e com a sua esposa que é a Igreja.
Mas também nos encontramos com outros irmãos que buscam a mesma água que mata definitivamente a sede. Com pessoas que de todos os cantos do país se reúnem naquele que para muitos é o Altar do Mundo, vêm de toda a parte para O louvar e aprender a louvá-l’O ainda melhor. Que vêm para rezar em conjunto com os outros irmãos e que dali vão com vontade de rezar ainda mais e com mais paixão.
Partilham-se experiências, opiniões, sonhos, ansiedades, desilusões. Conversamos com aqueles que, efectivamente, falam a “mesma língua” e que nos compreendem.
Mas, no meio disto tudo, não podemos esquecer que estamos a cada minuto que passa a escrever linhas nas já muitas páginas da história deste encontro e da história da liturgia em Portugal e no Mundo. Porque o que fazemos acontecer tem eco por toda a parte através daqueles que testemunham o que lá acontece. E não há, verdadeiramente, melhor forma de promover e divulgar o E.N.P.L. do que o testemunho dos que experimentam aquela vivência que nos deixa absolutamente transfigurados.
Podemos ser considerados loucos pelos que não conhecem, que não acreditam... um pouco à imagem dos Apóstolos que cheios do Espírito Santo anunciaram a Boa-Nova por toda a parte.
Mas não somos loucos, não... Apaixonados! Crentes! Humildes adoradores da Cruz de Jesus Cristo! Esse doce lenho do qual pendeu o maior dom ao Homem dado. Na liturgia celebramos o Seu sacrifício, louvamo-l’O e adoramo-l’O, mas na nossa vida temos de ser exemplo. A força que nos é transmitida pela experiência do contacto com a Jerusalém Celeste quando celebramos os Mistérios Pascais que recordamos em cada Eucaristia é capaz de superar qualquer dificuldade. Principalmente quando vivemos todos estes acontecimentos rodeados de outros que assumem este mesmo sentimento e as mesmas convicções.
Essa força é demonstrada na valentia com que servem sem olhar para trás. E ver que jovens promessas de um mundo que se apresenta tão difícil são tão corajosos e voluntários é também motivo de alegria e regozijo para os que têm a responsabilidade de os guiar.
Este ano foi, seguramente, um dos anos mais trabalhosos para quem foi ao E.N.P.L. motivado pelo serviço da música Litúrgica, mas enganem-se os que acreditam que alguém se desmotivou. Foram horas e horas seguidas de uma entrega extraordinária e que nos ajudou a ser mais Igreja, a ser mais Comunidade. Nos poucos dias que estivemos juntos fomos capazes de viver a solidariedade que muitas vezes não encontramos em comunidades já com tantos anos de experiência e caminho percorrido. Esta certeza de que o caminho é mesmo este e que com estas pessoas vale a pena caminhar é um dom que Deus nos dá através deste maravilhoso Encontro.
Podia destacar alguns momentos onde essa diferença se fez mais notar, mas então estaria a desmistificar o espírito de unidade que foi transversal a toda a semana.
Para quem vive aquele Encontro há tantos anos foi uma lufada de ar fresco, para quem o vive há pouquinho tempo foi, certamente, uma forma clara de cativar e de deixar vontade de lá voltar.
O E.N.P.L. continuará depois de nós assim como continuou em nós depois de outros que já por lá não passam. E é acreditando nisso que caminhamos em direcção à construção de uma Igreja melhor, mais formada, consciente da realidade que enfrenta e tentando perceber a melhor forma de estar no mundo.
Porque “uma só coisa é necessária: procurar o Reino de Deus!” do qual somos herdeiros, pelo Baptismo, para toda a eternidade.

Depois desta semana seguiu-se um encontro com a história, na cidade eterna, Roma, dos mártires e dos santos. Mas contarei numa próxima memória...

Comentários

Mensagens populares deste blogue

O Senhor é a minha força!

Lost memories