Feliz Natal para todos vós

Nos tempos que correm, fala-se muito das alterações climáticas, do fim do mundo, da extinção da humanidade, da probabilidade de tudo aquilo que conhecemos desde sempre, assim como os nossos antepassados conheceram, deixar de existir...

Depois, por outro lado, tão atordoados com tanta informação e tanta preocupação, não vemos o óbvio e passamos ao lado da grande salvação e continuamos a encarar o Natal como o “aniversário” de Jesus. Esquecemo-nos que Ele não nasceu há 2000 anos, existia já desde o princípio dos tempos. Apenas habitou entre nós, fez-se mortal para materializar a obra da salvação de Deus.

No Advento, não preparamos a grande festa de aniversário do Senhor, antes a Sua última vinda. Aquela para a qual temos de estar preparados se realmente o anunciado fim se aproxima, caso as políticas mundiais e os comportamentos sociais não se alterem.

Em cada ano, a Igreja chama-nos a preparar esse tempo. De diferentes formas, com campanhas ou temas distintos mas com um único só propósito: abrir o nosso coração para que Aquele que vive e reina para sempre habite definitivamente entre nós. Só assim podemos de forma plena celebrar os mistérios Pascais que em cada Primavera nos fazem renascer para uma vida nova.

Na realidade, se todos vivêssemos em Cristo e o deixássemos “fazer em nós a Sua morada” não nos teríamos de preocupar com o fim do mundo, com as guerras ou com todos os problemas sociais que nos atormentam.

A Sua mensagem é clara e inequívoca. Não precisamos de cimeiras nem tratados, pois isto nos basta: «Amai-vos uns aos outros como eu vos amei». Se mais alguma coisa ficou por dizer, S. Paulo veio acabar com as dúvidas: «A caridade não acaba nunca». O grande mandamento é o amor! S. Paulo interpela-nos ainda dizendo: Se somos filhos, somos também herdeiros e co-herdeiros com Cristo. Logo podemos chamar-Lhe Pai, porque somos todos filhos de Deus, como ele diz na carta aos Gálatas: "Porque somos Filhos de Deus, Ele enviou aos nossos corações o Espírito de Seu Filho que em nós clama: «Abbá, Pai!»"
Amemo-nos como irmãos porque somos todos filhos do mesmo Pai. É difícil percebermos isto?

Se nos amarmos uns aos outros seremos uma nova humanidade, realmente haveria uma mudança radical no planeta, o mundo tal qual o conhecemos daria lugar a um só povo, uma só nação. Não precisamos todos de ser cristãos para nos amarmos, para nos respeitarmos. De diferentes formas fala Deus ao Seu povo e nem sempre é reconhecido como Deus, mas todos os que cumprem os Seus mandamentos, ainda que no silêncio do seu coração não o percebam, permanecem no Seu amor.

Se todos acreditássemos nas palavras de Jesus quando subiu aos céus - «Eu estarei sempre convosco, até ao fim dos tempos» -, se seguíssemos os Seus passos que nos levam à casa do Pai, não seria preciso Advento nem Natal. Viveríamos todos os dias como a manhã de Páscoa porque saberíamos que Ele está connosco.

Então, como isto não acontece, continuamos a clamar «Maranathá, Maranathá!», e a pedir aos céus que façam chover o Justo, que o senhor Jesus desça ao mundo para trazer a paz de Deus. Para no Dia Santificado cantarmos: «Ergue os teus olhos a Luz surgiu, hoje nasceu o nosso Deus. Dias de paz amanheceram, hoje nasceu o nosso Deus!»

Então que Ele nasça mesmo no coração de todos. Que o Verbo habite entre nós e nos faça estender toda esta mensagem de solidariedade, caridade, alegria e boa vontade por todos os dias da nossa vida.

A todos um Santo e Feliz Natal junto daqueles que mais amam e junto daqueles que vos fazem sentir queridos.

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