O dia em que estive face a face com Deus

Nos últimos dias tem-se falado muito do novo livro do Zézito Sarama(r)go.

No fundo, não posso deixar de sentir muito mais do que pena dele. Pena por vários motivos, tantos que são dificeis de enumerar.

Sinto pena, primeiro, porque é sinal de muito pouca confiança em si próprio e na sua obra usar de tal golpe de publicidade para promover o lançamento do seu livro. Então as pessoas, só pelo autor, não se sentiriam atraídas e ler?

O homem pode estar senil em muita coisa, mas não no que toca a perceber que qualquer notícia que envolva a Igreja é motivo de capa de jornal, pelo menos as más notícias.

Segundo, o senhor, depois de tudo o que já escreveu e das provas da sua capacidade, precisa de escrever um livro destes para relançar a carreira é? Já escreveu o suficiente para ficar na história e para viver dos rendimentos, não precisa de se sujar.

Terceiro, é de uma completa miséria interior este senhor escrever sobre algo que desconhece. Algo que nunca experimentou e que o torna um dos muitos pobres seres que habitam neste mundo.

O Saramago não é contra a Igreja por não acreditar naquilo que ela defende ou por não gostar do Deus que a rege. É porque no meio de todas os seus feitos não se pode gabar de se ter encontrado com Deus.

Provavelmente no fim fá-lo-á e Deus perguntar-lhe-á então porque o agrediu ou questionou durante todo este tempo. E ele responder-lhe-á com aquele seu ar de importante: "porque nunca me mandaste um convite para ir a uma festa à tua casa".

Se Saramago se deixasse de tretas e, nestes dias que se aproximam dos seus últimos, se dirigisse a um templo do Senhor e se sentasse a ouvir a Sua voz, compreenderia que nada do que leu faz sentido e nada do que defendeu durante toda a sua vida tem qualquer razão.

É um pobre homem que não teve a graça, que me foi dada a viver, de se encontrar face a face com Deus. De ser tocado no seu coração pela força do Espírito, pelo amor do Filho e pela enorme e colossal grandeza do Pai.

Lembro-me desse dia todos os dias desde então e principalmente naqueles em que a minha luz está mais fraca, pois é nessa memória que me alimento e me encorajo para me firmar e resistir mais um pedacinho.

Foi o dia da minha profissão de fé.

Dia "menor" naqueles que vivemos durante a nossa caminhada catequética. Não é envolta de tanta solenidade como a nossa Primeira Comunhão ou o Sacramento da Confirmação, mas para mim foi o maior deles todos.

Num dia que estava incrivelmente chuvoso, em que estive o dia todo sem luz em casa e estive na Igreja na Eucaristia de manhã e numa pequena celebração de acção de graças à tarde, tive tempo de me encontrar com Ele e... sentir a minha fé crescer a cada minuto que passa. Quando dou por mim, estou na Presidência, ao lado do senhor padre, de microfone na mão, a dizer a todos que o mais importante não era o que nós estavamos ali a fazer, mas a missão que tinhamos de encorajar outros a seguir-nos naquele caminho, de "contagiar" os outros com a nossa fé.
Esse dia não podia ficar marcado como qualquer outro. Naquele dia, Deus atravessou-se à minha frente para marcar a minha vida de uma forma irreversível. Experimentou-me na fé, experimentou-me na carne, experimentou-me na alma. Entrou em mim e por mim falou aos presentes. Fez-me acreditar que é possível Cristo viver em nós, fez-me acreditar que a Bíblia não é um livro de histórias, mas um guia. É um tratado entre Deus e o Homem, assinado por baixo, durante todos estes séculos, por milhares de milhões de pessoas. É o documento genealógico da Igreja onde todos nós encontramos vestígios do caminho por onde os nossos antepassados passaram e do que sofreram, no corpo e na alma, para gerarem as nações que hoje habitam no mundo.

É um sinal de coragem ler a Bíblia. É um sinal de fé tentar percebê-la. É uma prova de amor defender o que ela contém.

Os que a lêem, que a tentam perceber e que defendem aquilo que ela contém geram legiões de missionários, evangelizam o mundo. Criam instituições de caridade social e ajudam aqueles que precisam de comida, roupa ou abrigo. Fundam escolas para ensinar aos mais desfavorecidos ou iletrados aquilo que muitos nem dão valor por nunca lhes ter faltado.

E o que fizeram os "amigos" de Saramago?

Isso mesmo... nada!

É incrivel que um Deus "vingativo e invejoso" faça surgir no coração dos seus fiéis tão nobres sentimentos não é?

A sorte de Saramago é Deus ser incrivelmente misericordioso e até mesmo aos que O negam estende a mão e não nos salva pela grandeza das nossas obras mas pela Sua eterna bondade.
Um dia todos eles compreenderão que estavam errados... um dia dirão "mea culpa" ao que disseram e escreveram e assustados pedirão ao Deus de Abraão, Isaac e de Jacob, ao mesmo Deus que nos entregou o Seu próprio filho para nos chamar à salvação, o Senhor que fortaleceu Pedro e Paulo, pilares da Igreja, o mesmo Senhor e Rei que criou um povo para Si e os chamou de Seus filhos, que mande alguém ao mundo para avisar os que cá deixaram para mudar os seus hábitos e se convertam... mas Deus não fará isso. Porque mais cego é aquele que não quer ver e quem tem olhos veja e quem tem ouvidos ouça. A salvação está aberta a todos e todos podem um dia participar na alegria do Nosso Senhor, mas é se nos tornarmos como crianças e com humildade de coração deixarmos que Deus nos guie pelos caminhos da Vida.
Por Saramago, e pelos que como ele questionam a fé na Igreja de Jesus Cristo, resta-me rezar para que venham um dia a Adorar, Acreditar e Amar a Deus, no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Encontrar Deus face a face é ficar irremediavelmente crente é apaixonarmo-nos pela Sua Igreja é tornarmo-nos dependentes das suas bençãos e graças que são eternas e deixarmo-nos levar pela Sua mão. É viver na alegria da Sua última vinda e prepará-la com o melhor que há em nós. transformar o mundo num local digno para receber a realeza de Deus é a missão dos Cristãos.
Ámen.

Comentários

Rita disse…
Tão bom, ler te...*
Gostava de saber de ti...

Beijinho...*
Anónimo disse…
Gostei! ;)
Clara Margaça disse…
Fantástico o que aqui se pode ler, particularmente, este texto acerca de tão avultosa noticia/propaganda.
Bem haja.

Um beijo

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