Não será hoje nem amanhã...
Há muito tempo que esperava por um Tríduo Pascal vivido e sentido de uma forma diferente, e sinceramente este proporcionou-se. Perdoem-me aqueles sobre quem depositei mais trabalho pelo facto de me ter afastado, mas acho que tomei a decisão certa, e perdoem-me ainda por cada vez mais acreditar que é uma posição de futuro e definitiva.
Que bom seria podermos ver o mundo de uma perspectiva exterior... como se não fizessemos parte dele. Assim me tenho sentido eu, e que bem me tem sabido.
Tanta coisa para observar, analisar. Tanto ainda que aprender e tanta coisa ainda a crescer.
Agradou-me ver que há projectos que não se extinguem nas pessoas, continuam e perduram até sabe Deus quando... mas que não terminarão hoje, nem amanhã...
Agrada-me o facto de que o ciclo, que eu encerrei, tenha de facto terminado e que um outro se tenha iniciado, ou retomado, quem sabe...
É reconfortante saber que afinal o lobo consegue mesmo dormir com o cordeiro, que a necessidade obriga a tréguas e a entendimentos. Só lamento não ter percebido isso mais cedo, mas enfim, só Deus sabe tudo, não é mesmo?
Se provas precisava eu de que assim tinha de ser, então nada mais há a provar. O tempo dos guerreiros acabou. É tempo agora de administrar e de melhorar. As grandes batalhas já foram travadas e, graças a Deus, todas elas ganhas. Nada há mais para mim aqui, nada mais pelo que lutar. É tempo de pousar as alfaias e pegar no regador. As sementes já foram plantadas é tempo agora de as regar e vê-las dar fruto.
Talvez um dia volte a ser preciso... mas não será hoje... nem amanhã.... Outras guerras haverão a travar noutros campos mais precisados. É tempo de arregaçar mangas e investir contra novos desafios.
A ti, Terra de santos, doutores e entendidos, desejo-te a melhor sorte e rezarei para que as bençãos do Altíssimo caiam sobre ti e espalhem a paz, o amor, a concórdia e a solidariedade por todos os teus filhos.
Rezo por todos com quem já trabalhei e que com lealdade e dedicação me ajudaram e erguer as vozes do povo de Deus. São hoje eles os porta-bandeira de uma nova geração de discípulos. Amantes de uma nova filosofia, participantes de uma nova assembleia. É vosso o futuro da Terra que tive a honra de ajudar a crescer. Amem-na, respeitem-na... mas não tentem ser donos dela. Aceitem que o vosso nome é insignificante perante os ideais, princípios e mandamentos de Cristo e dediquem-se de corpo e alma. Não critiquem sem fazer melhor... e se realmente fizerem melhor não se vangloriem mas antes sejam humildes e não atentem contra a santidade seja de quem for. Quem vos deu o direito de se acharem perfeitos e imaculados? "O maior de entre vós que seja o vosso servo", não façam o contrário.
Não me posso esquecer do meu amigo e mestre. Serás o agente da transição. Será tua a responsabilidade de juntar os dois mundos. Como noutras alturas conturbadas estarás mais uma vez certamente à altura da ocasião, e de coração digo que não estariam em melhores mãos.
É altura de saborear os restícios de saudade que momentos tão bonitos vividos com pessoas tão especiais ainda me deixam. E depois virar mais uma página deste livro ainda pequenino mas que já guarda muita recordação...
Uma Santa Páscoa para todos os que por acaso leiam isto em tempo pascal.
Comentários
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Agradeço-te a frase:
"O tempo dos guerreiros acabou. É tempo agora de administrar e de melhorar. As grandes batalhas já foram travadas e, graças a Deus, todas elas ganhas. Nada há mais para mim aqui, nada mais pelo que lutar. É tempo de pousar as alfaias e pegar no regador. As sementes já foram plantadas é tempo agora de as regar e vê-las dar fruto. Talvez um dia volte a ser preciso... mas não será hoje... nem amanhã.... Outras guerras haverão a travar noutros campos mais precisados. É tempo de arregaçar mangas e investir contra novos desafios."
... agradeço-te do fundo do coração, pois há que virar as páginas nas quais ainda escrevo.
Santa Páscoa.